Por Aline Aragão

O PSB já decidiu e o ex-prefeito de Capela, Manoel Sukita (foto abaixo), será candidato a deputado estadual nas eleições 2014. A decisão foi tomada em unanimidade pelos líderes dos partidos que compõe a coligação “Agora é o Povo” (PT / PSD / PC do B / PRTB / PDT / PRP / PROS / PSDC / PMDB / PSB / PRB), encabeçada pelo candidato ao governo Jackson Barreto (PMDB).

O ex-prefeito irá substituir o irmão, João Batista Santos, na chapa proporcional e a candidatura será homologada ainda hoje, obedecendo os prazos do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

O secretário geral do partido, Jorge Rabelo (foto principal), esclareceu em coletiva à imprensa, realizada nesta quarta-feira (06), os motivos que levaram o partido a aceitar a candidatura de Sukita.

Processos

Segundo o partido, existiam duas decisões do Tribunal de Contas da União  (TCU) e uma do Tribunal de Contas do Estado (TCE), onde constavam contas julgadas irregulares e que deixavam Sukita inelegível. “O partido informou ao ex-prefeito que por essas relações ele não poderia ser candidato”, disse Jorge.

Dias depois, Sukita teria apresentado ao partido uma certidão do TCE que suspendia a decisão de inelegibilidade naquele Tribunal, devido a um recurso de reconsideração impetrado pelo próprio ex-prefeito. “A Lei orgânica do TCE, diante do recurso, dá automaticamente efeito suspensivo à decisão anterior”, explicou.

“Sukita informou ao partido que já tinha entrado com um recurso no TCU e estava aguardando uma resposta”. Enquanto Sukita buscava limpar o nome nos tribunais, o partido conversava com os aliados sobre a possível candidatura. No dia 28 de julho, à tarde, Sukita apresentou uma decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª Região, assinada pelo desembargador Vladmir Souza Carvalho, suspendendo os efeitos das duas decisões do Tribunal de Contas da União.

Diante dessas decisões, não constando nada contra ele, Sukita passou a ser considerado elegível, e o partido passou a aceitar a sua candidatura. O PSB então fez um levantamento da vida do ex-prefeito, para saber se havia algum outro impedimento para ele ser candidato, e nada foi encontrado.

“Estava nas mãos do partido decidir se Sukita seria ou não candidato. Mas a Executiva Regional do PSB preferiu então, consultar o grupo que compõe à coligação e estes partidos por maioria absoluta, de forma expressa, através dos presidentes, autorizaram a candidatura de Sukita, sem qualquer restrição”.

Conselho de ética

Embora a decisão tenha sido tomada, o senador Antônio Carlos Valadares (PSB) mantém a postura de que Capela precisa de candidato, mas no momento Sukita não seria o melhor nome para representar o partido. Como a decisão foi tomada pela a maioria, o senador não pode passar por cima. Diante disso, Valadares fez uma exigência: que o caso fosse encaminhado ao Tribunal de Ética do partido para que sejam apuradas todas essas denúncias de forma paralela ao poder judiciário, e que constatando as ilegalidades que falam, que seja punido na forma do código de ética do partido.

Segundo Rabelo, o presidente do partido, Valadares Filho, já encaminhou ao Conselho de Ética, para abertura do processo disciplinar que vai apurar se houve falta de decoro. Caso seja provado algo contra o candidato, as penas do Tribunal de Ética variam de uma simples advertência até a expulsão do partido.

Essa será a primeira vez no estado que o conselho de ética do PSB, composto pelo jornalista Edvar Caetano, pelo médico Sérvulo Nunes e pelo advogado Saulo Eloi de Carvalho será reunido para julgar um processo de medida disciplinar. A primeira reunião está marcada para hoje (06) à tarde.

Fotos: Aline Aragão / Arquivo F5News