Por Fernanda Araujo

Nas eleições deste ano, sete vereadores de Aracaju (SE) se candidataram para estadual e federal, mas apenas dois foram eleitos: Robson Viana (PMDB), que ocupará uma cadeira na Assembleia Legislativa e pastor Jony (PRB), que vai para a Câmara dos Deputados. O vereador Emmanuel Nascimento (PT) também tentou se eleger para estadual, mas abriu mão da candidatura para ser suplente de Rogério Carvalho (PT) que tentou o Senado. Os que não conseguiram se eleger para estadual foram Adelson Barreto Filho (PSL) com 19.128 votos e Nitinho Vitale (DEM) com 15.339 votos. Para federal tentaram Iran Barbosa (PT), que obteve 36.966 votos, Daniela Fortes (PR) com 28.516 votos e Dr. Emerson (PT) com 9.575 votos.

Os vereadores Nitinho e Iran (foto principal) consideram que, apesar do número de votos não ter sido o suficiente, a porcentagem foi positiva e expressiva, no entanto, o baixo valor econômico para se investir na campanha publicitária contribuiu para a derrota nas eleições. Segundo Nitinho, que conseguiu em torno de 11 mil votos na capital, faltou apoio de alguns “amigos” que não se somaram à campanha. “Queria agradecer aos aracajuanos e a todo o povo do estado de Sergipe pelo carinho que recebi durante toda essa campanha. Uma campanha de chinelo, sem salto alto, pelas mãos dos amigos. Praticamente todos os votos que eu tive foram de uma militância de amigos. Eu me sinto muito feliz, acho que não foi derrota, foi uma vitória, quando muitos gastaram milhões para obter essa votação. Agradeço ao deputado federal Mendonça Prado que me deu apoio. Faltou abraço de alguns amigos, mas eu perdoo a todos. O tempo é quem vai dizer qual será o meu destino”, diz.

Nitinho Vitale (ao lado) contesta ainda a forma como a Alese funciona. Para ele, a Assembleia Legislativa não tem canal aberto com a população e, por isso, não é mais uma casa do povo, portanto, iria lutar para que este canal fosse aberto para mostrar as atribuições dos deputados e aproximá-los da sociedade. De acordo com o parlamentar, o povo está revoltado com a política e quem paga o preço são os que fazem uma campanha limpa, ao contrário de outros que não têm compromisso. “Nunca vou mudar minha personalidade por causa de política ou interesse particular. O povo queria Nitinho, mas a famosa boca de urna derrubou o Nitinho. É natural a gente ir para reeleição de vereador, agora, deputado estadual é uma coisa para estudar, desejo muito obter candidatura para deputado federal, mas vai depender também das circunstâncias e do momento político”.

Para Iran, a falta de votos tem várias razões, desde as regras de disputa que favorecem mais a uns do que a outros, do processo de disputa como poder econômico e alianças com grupos consolidados, com as quais ele não concorda, além da própria opinião do eleitorado. O parlamentar acredita que o processo eleitoral precisa de menos incidência econômica e maior possibilidade de divulgação das opiniões. O vereador afirma que a disputa para eleição federal é difícil e, infelizmente, o seu método de apresentar o trabalho e as propostas para convencer o eleitor não foi o suficiente. “Temos que estar preparados para ganhar e para perder, embora eu ache que a derrota eleitoral não significa derrota política. Acho que a gente acumula forças para continuar fazendo a boa disputa dos projetos em que acreditamos”, completa.

Dependendo do desdobramento dos próximos dois anos, Iran deve avaliar a possibilidade de reeleição. Ele lembrou que conseguiu ser eleito vereador em Aracaju por duas vezes e uma vez para deputado federal. Para ele, ainda há terreno fértil para esse tipo de disputa.

Foto: Laís de Melo/arquivo F5 News