A Polícia Científica de Sergipe passou a contar com o ForenScope, equipamento de alta tecnologia utilizado em investigações de grande repercussão nacional, como a Operação Lava Jato e as apurações relacionadas aos atos de 8 de janeiro de 2023, além de casos envolvendo crimes cibernéticos e ataques a infraestruturas críticas. O investimento, superior a R$ 600 mil, foi realizado com recursos do Fundo a Fundo da Segurança Pública.

SSP

O ForenScope é reconhecido por possibilitar o levantamento técnico de vestígios em ambientes ultrassensíveis, como data centers e infraestruturas críticas, sem a utilização de reagentes tradicionais. Esse diferencial permite a atuação pericial em locais onde a presença de partículas ou substâncias químicas poderia comprometer equipamentos e sistemas em funcionamento. O equipamento é utilizado tanto na computação forense digital quanto no apoio ao trabalho papiloscópico, especialmente em cenas consideradas de alta complexidade técnica.

De acordo com o diretor do Instituto de Identificação, Jenilson Gomes, a aquisição representa um reforço para a perícia sergipana, ao permitir a substituição de métodos tradicionais em ambientes onde esses procedimentos não são viáveis. Segundo ele, a tecnologia possibilita a realização de exames técnicos sem interferir no funcionamento dos locais periciados, garantindo a preservação do ambiente e das evidências.

Em nível nacional, o equipamento já foi empregado em investigações envolvendo tentativas de invasão a data centers de órgãos do Judiciário, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ), além de apurações relacionadas à invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro. Também houve utilização em casos de invasão de bancos de dados institucionais ligados ao sistema de Justiça e ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Nessas situações, o ForenScope permitiu a realização de perícias em ambientes em pleno funcionamento, com preservação da cadeia de custódia e análise técnica de sistemas, servidores, registros de acesso e dispositivos eletrônicos, sem a necessidade de interrupção de serviços considerados essenciais.

Segundo a Polícia Científica, além desses casos de maior visibilidade, o equipamento também já foi utilizado em investigações relacionadas a grandes eventos, museus e crimes patrimoniais complexos, contribuindo para o levantamento papiloscópico e a produção de prova técnica.

O investimento amplia a capacidade técnica da perícia criminal e da identificação humana em Sergipe. A aquisição, coordenada pela Diretoria de Planejamento da Secretaria de Segurança Pública (SSP), prevê a disponibilidade do equipamento para atendimento em todo o território sergipano, e não apenas na região metropolitana, fortalecendo a atuação integrada das forças de segurança pública no estado.