Os advogados da médica sergipana Danielle Barreto, acusada de ser mandante do assassinato do marido, o advogado José Lael, concederam entrevista à TV Atalaia nesta terça-feira (9) sobre o episódio de sua morte no Presídio Feminino (Prefem), em Sergipe. Danielle foi encontrada sem vida por volta das 16h20, após ser levada ao presídio no início da tarde. Fontes informaram que a cirurgiã plástica teria cometido suicídio, e que já havia manifestado intenção de tirar a própria vida durante a audiência de custódia.

Rafael Carvalho/reprodução TV Sergipe

Segundo a advogada Priscila Mendes, a situação era preocupante e os profissionais de defesa estavam atentos às condições psicológicas de Danielle. “Como advogada de defesa, respeitando os direitos dela, não esperávamos que isso acontecesse. Ela apresentava sinais de sofrimento intenso, e tínhamos ciência da sua vulnerabilidade”, disse Priscila.

O advogado Fábio Trindade também comentou sobre os esforços da defesa para acompanhar Danielle desde o início do caso. “Estivemos constantemente com ela, mantendo contato com familiares e cuidadores. Conversamos diversas vezes sobre suas insatisfações e preocupações, e alertamos autoridades sobre o risco de suicídio. Foi uma sensação de impotência diante do ocorrido”, afirmou.

Os advogados destacaram que Danielle foi retirada de tratamento domiciliar e colocada em regime prisional, mesmo apresentando condições de saúde mental frágeis. Fábio Trindade relatou que ela havia deixado claro para ele, para familiares e cuidadores que poderia cometer suicídio caso fosse transferida.

Priscila Mendes ainda explicou que um procedimento administrativo foi aberto pela unidade prisional para apurar os detalhes da morte e que a defesa acompanhará todos os atos necessários para a investigação. “Vamos dar total apoio à família, em âmbito jurídico e emocional, e assegurar que todos os procedimentos sejam realizados corretamente”, disse.

A morte de Danielle Barreto ocorre após a revogação da prisão domiciliar determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), decisão que retornou a médica ao regime fechado no presídio. A Secretaria de Estado da Justiça e de Defesa do Consumidor (Sejuc) confirmou o episódio, mas ainda não divulgou detalhes do procedimento interno ou investigações sobre as circunstâncias exatas da morte.