Mirella Mattos

Os policiais civis, através de sua entidade representativa, o  Sinpol, protocolaram na manhã de hoje (06) o projeto de Lei Orgânica elaborado pela categoria, no Palácio dos Despachos. Conforme Antônio Moraes, presidente do sindicato, o documento é fruto de um trabalho da categoria desenvolvido ao longo de quase dois anos. “Esse projeto foi construído em um ano e meio com a participação da classe em reuniões e assembleias”, explica.

De acordo com Moraes, o projeto desenvolvido pelo grupo visa três eixos: a reestruturação da organização, o estabelecimento da carreira policial e a reformulação da categoria pensando exclusivamente no fortalecimento do órgão e sem pretensões salariais.

“A nossa proposta não tem pegadinha qualquer de salário. Esse momento é de fortalecer o órgão; reestruturar a organização; incentivar o policial com o estabelecimento de uma carreira, já que no atual sistema não há incentivo algum para o policial, e reformular a Corregedoria, estabelecendo então a maneira como esse órgão vai agir até para que evitemos também as perseguições”, afirma.

Segundo Moraes, com o estabelecimento da Lei Orgânica o atual sistema passaria por uma divisão. “Ao invés de um mesmo departamento ser responsável pelo registro de ocorrências e investigações, o que acaba deixando os inquéritos relegados, nós teríamos um departamento policial comunitário e um departamento para conduzir investigações”, elucida.

Ainda sobre a carreira, Moraes diz ter percebido uma inversão de valores devido à desvalorização da profissão.  “Antigamente os policiais tinham como bico fazer segurança de bares ou festas. Hoje o bico é ser policial, isso porque cada vez mais os policiais estão investindo em cursos de graduação, em que possam obter não só retorno financeiro mas possam ser valorizados como profissionais. Então, temos hoje muitos policiais que são engenheiros, arquitetos e advogados e isso tudo porque não há incentivo para ele crescer dentro da carreira policial”.