Por Silvio Oliveira

As agências dos Correios de Sergipe continuam sendo alvo de arrombamentos, furtos e assaltos. Somente nos sete primeiros meses de 2011, nada menos do que 50 delitos foram registrados. Deste número, 46 foram assaltos e quatro arrombamentos. Para se ter uma ideia, na quarta-feira (03), quatro agências foram assaltadas. Na terça-feira (02), a agência do bairro Santos Dumont registrou o quinto assalto nos últimos meses.

Segundo informações de Sérgio Lima, presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios, as condições de trabalho e, principalmente, a falta de segurança têm feito reféns do medo os próprios trabalhadores dessas agências.

“Desde 2006 que estamos tentando maior segurança junto ao Ministério Público. Nós pedimos que os Correios sejam obrigados a fornecer a mesma segurança das entidades bancárias, porque trabalhamos com os mesmos numerários”, argumenta.

Sérgio Lima destaca que os Correios passaram a ser bancos postais, ou seja, passaram a trabalhar também com atividades financeiras, mas a segurança continua de agência filatélica.

Para ele, enquanto que os bancos financeiros possuem porta giratória, câmeras de alta definição, vigilantes, detectores de metal e todo o aparato de segurança de última geração, as agências dos Correios continuam a mercê de câmeras ruins, seguranças desarmados e, por vezes, trabalhando apenas com um funcionário.

Por conta da falta de segurança, conta Lima, que conseguiu na Justiça a suspensão dos serviços de banco postal das agências do bairro Santos Dumont, do Distrito Industrial de Aracaju e do conjunto Orlando Dantas, além das cidades de Propriá e São Francisco. “Entendemos que os Correios não estão nem ai para a segurança dos funcionários”, alfineta.

Contraponto

O assessor de Comunicação dos Correios, Ginaldo de Jesus não corrobora com a informação do Sindicato e diz que a empresa cumpre o que ordena a Lei 7.102/83, quando obriga as agências dos Correios a terem vigilância, equipamentos de imagem e mais um artefato de segurança, que pode ser alarme, fechadura com retardo ou porta giratória. “Cumprimos o que termina a Lei”, afirma.

Ginaldo de Jesus diz que as agências têm circuito interno de TV, sistema de alarme, vigilância e boa parte também possui fechadura com retardo eletrônico. “No dia 22 estaremos fazendo um novo pregão para adquirir novos aparelhos de segurança para vinte e sete agências”, diz.

Quanto à falta de tecnologia e que as câmeras não são de alta resolução, o assessor é taxativo: “Elas cumprem a finalidade”.