Por Joedson Telles

O advogado Evaldo Campos é o que no jargão policial se conhece como ‘arquivo vivo’. E, vez por outra, deixa escapar informações, no mínimo, curiosas. Depois de assegurar que, recebendo diárias do Estado no valor de R$ 1.932,00, promotores de Justiça da 5ª Vara Criminal estiveram em Palmas, Tocantins, mesmo, segundo ele, podendo colher informações por telefone, e-mails ou outro mecanismo que não onerasse os cofres públicos, Evaldo Campos revela que delegados sergipanos também estiveram no estado do Tocantins, depois da morte do alagoano Floro Calheiros Barbosa e da prisão do seu filho, Fábio Calheiros. 

“Delegados de polícia de Sergipe foram a Tocantins. Reuniram-se com o secretário de Segurança Pública e com o chefe da polícia do interior. Fazer o quê lá depois da morte de Floro? Recebi a informação de Tocantins, e sei com quem conversaram. “Quanta imparcialidade, meu Deus”, ironiza Evaldo Campos. “O que os iminentes promotores foram fazer por lá? Foram atender a interesses pessoais? Foram para perseguir Fábio Calheiros? Para transformar Fábio de vítima, que tomou tiro de fuzil, em culpado?”, indagou.

Segundo Evaldo Campos, a sua intenção ao enfatizar as viagens dos delegados não é condená-los. “Não estou dizendo que eles não poderiam ir. Mas gostaria que as coisas fossem feitas às claras. Com transparência. Por que cobram tanto transparência da sociedade? Porque cobram da classe política? E porque os que exercem o poder nem sempre são é transparentes?  

Evaldo Campos ainda comentou a resposta que o promotor de Justiça Rogério Carvalho lhe deu através do portal Infonet, na última segunda-feira, dia 17. Segundo Rogério, qualquer servidor do Ministério Público do Estado de Sergipe (MPE) tem direito a diária para executar algum trabalho – seja dentro ou fora do Estado. “Doutor Rogério disse que não me deve satisfação. Deve a sua consciência, se é que tem. Ao povo de Sergipe e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE)”, assegurou Evaldo Campos confiante na soltura de Fábio Calheiros.