Professores, pesquisadores, profissionais e estudantes de todo o país se reúnem de 27 a 29 de maio, na Universidade Federal de Sergipe (UFS), para debater os dilemas socioambientais contemporâneos durante o 2º Encontro Interdisciplinar de Comunicação Ambiental (EICA). O evento é uma iniciativa do Laboratório Interdisciplinar de Comunicação Ambiental (LICA), em parceria com o Programa de Pós-graduação em Comunicação da UFS, e tem o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec-SE).

A programação do 2º EICA será aberta no dia 27, às 19h, com uma conferência sobre Natureza, “economia verde” e justiça ambiental: dilemas contemporâneos, realizada pelo economista e professor equatoriano Alberto Acosta, ex-ministro de Energia e Minas do Equador, pesquisador da Faculdad Latinoamericana de Ciencias Sociales (FLACSO) e autor do livro Buen Vivir o Sumak Kausai. Acosta ajudou a impedir a exploração das reservas de petróleo do campo amazônico Ishpingo-Tambococha-Tiputini (ITT), no parque nacional Yasuní, estimadas em um bilhão de barris, e seu país foi o primeiro no mundo a reconhecer constitucionalmente os direitos da natureza.

O Encontro contará com quatro mesas temáticas, a serem realizadas na manhã dos dias 28 e 29 de maio, com a participação de pesquisadores, jornalistas e ambientalistas de diversas regiões do país e da América Latina. Os temas objeto de debate serão: Políticas ambientais pós-Rio+20: qual deve ser a agenda?; Cinema ambiental e ecocrítica: abrindo os olhos do presente para garantir o futuro; Redes-bioma: desafios à organização e à comunicação em rede pós-Rio+20; A pauta ambiental pós-Rio+20: desafios aos jornalistas e aos meios de comunicação. À tarde, ocorrerão duas sessões de comunicações orais dos trabalhos acadêmicos.

De acordo com a doutora em Comunicação e professora da UFS Sonia Aguiar, coordenadora geral do 2º EICA, a relação sociedade-natureza vem passando por um processo crítico.  “As recentes catástrofes de origem climática no Brasil e em outras partes do mundo nos obriga a repensar o meio ambiente não apenas como meio natural, mas também como o ambiente construído, frutos de complexas relações desenvolvidas ao longo do tempo e dos espaços. Por isso, o papel da informação, da comunicação, da cultura e da mídia assume um lugar crucial, que ainda carece de reflexão e ação”, avalia.

A proposta do Encontro é discutir e propor caminhos para os dilemas socioambientais da atualidade e oferecer uma oportunidade de qualificação profissional para jornalistas e profissionais da comunicação. Previsto para ser bienal, o EICA teve sua primeira edição em abril de 2011, com a participação de 110 inscritos de 15 cidades brasileiras, entre os quais 40 apresentaram trabalhos aprovados por um conselho científico de âmbito nacional. Desta vez, além de doutores de todas as regiões do país, a equipe de avaliadores contará com pesquisadores de Portugal e da Colômbia.