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Pesquisa da UFS inspira lei inédita sobre esporotricose animal em Sergipe
Projeto nasceu no Laboratório de Patologia Investigativa, no Campus de Lagarto
Cotidiano 11/10/2025 09h00 |


A ciência produzida na Universidade Federal de Sergipe (UFS) acaba de se transformar em política pública com impacto direto na saúde da população e no bem-estar animal. A Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) aprovou o Projeto de Lei nº 155/2025, que estabelece a notificação compulsória da esporotricose em animais no estado, uma proposta inteiramente elaborada a partir de estudos conduzidos por pesquisadores da UFS.

A esporotricose é uma zoonose — doença que pode ser transmitida entre animais e humanos — causada por fungos do gênero Sporothrix. A infecção é mais comum em gatos e pode atingir pessoas por meio de arranhaduras ou contato direto com lesões. O avanço da doença em diversos estados brasileiros vem preocupando profissionais de saúde pública e veterinários, tornando essencial a vigilância epidemiológica e o registro dos casos.

A partir deste contexto, o projeto nasceu no Laboratório de Patologia Investigativa (LPI/UFS), no Campus de Lagarto, sob coordenação do professor Paulo Ricardo Martins-Filho, em parceria com o Laboratório Central de Saúde Pública de Sergipe (Lacen/SE), o Hospital Universitário e a Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju.

“O Projeto de Lei nº 155/2025 é um exemplo concreto de como a ciência produzida dentro da universidade pode se transformar em política pública com impacto direto na vida das pessoas, dos animais e do meio ambiente”, destaca o professor Paulo Ricardo. “A partir da identificação dos primeiros casos de esporotricose em felinos, realizamos uma investigação epidemiológica que evidenciou a rápida expansão da doença e a ausência de mecanismos de vigilância adequados”.

O trabalho científico que deu origem à lei foi construído de forma colaborativa e interinstitucional, com apoio do Ministério Público Federal, Senado Federal, Secretaria de Estado da Saúde e da própria Alese, por meio do mandato da deputada Kitty Lima, autora da proposição legislativa.

Para a professora Roseane Nunes, do Departamento de Medicina Veterinária (DMVS/UFS), o processo é resultado de uma trajetória iniciada ainda em 2019, quando começou a acompanhar os crescentes registros da doença em outras regiões do país.

“Em 2022, comecei a perceber relatos de casos em gatos aqui no estado e, com uma aluna, desenvolvemos um trabalho sobre esporotricose a partir de uma experiência clínica na Bahia”, relembra Roseane. “A partir daí, me aproximei do professor Paulo e passamos a estudar a realidade sergipana. Publicamos um artigo mostrando o quanto a falta de notificação dificultava o controle da doença”.

Para a médica dermatologista e pesquisadora Martha Débora Tenório, doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS/UFS), a aprovação da lei simboliza a força da ciência quando conectada às necessidades sociais.

“Ver um estudo acadêmico transformar-se em política pública é uma das maiores realizações para quem faz ciência”, afirma Martha. “A esporotricose é uma zoonose que tem se espalhado de forma preocupante, e o controle só seria possível com a notificação compulsória também dos casos em animais”.

Fonte: Ascom UFS

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