Por Fernanda Araujo

Professores do Estado de Sergipe realizam a Marcha Estadual pelo Direito à Educação na tarde desta quinta-feira (15), segundo dia de paralisação. Centenas de educadores da região aracajuana, metropolitana, Vale do Cotinguiba, Sul, Centro Sul, Agreste, Sertão e Baixo São Francisco participam da passeata, que saiu da Praça da Bandeira até o Palácio dos Despachos do Governo de Sergipe. Faixas, mini-trios, bandeiras, bonecos e até bandinhas compõem a greve nacional que reivindica o Piso Salarial, a gestão democrática nas escolas e os 10% do PIB para a educação.

“Já no segundo mandato do governo Deda nós não temos infelizmente uma política educacional definida. Queremos participar da construção política e acho que é fundamental. Sobre o Piso a gente entende que é muito séria a tentativa que o governo está construindo de pagar o Piso apenas para professores de nível médio. E nós temos a compreensão que o Piso de 22,22% é para todos os professores”, salienta o professor e sindicalista Roberto Silva dos Santos.

De acordo com Roberto (foto ao lado), representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT), caso o governo não pague o piso a todos os professores, haverá mais um indicativo de greve. A greve nacional começou ontem, 14, e será finalizada a partir desta sexta-feira, 16.  Após várias paralisações e inúmeras manifestações contra a gestão da educação, o Sintese e a CUT não param.

“A nossa vida tem sido sempre lutar ano a ano. A gente estaria superando essa questão, mas os gestores não querem pagar e começam a criar subterfúgios para não garantir nosso direito. O nosso papel é nos mobilizar pedindo apoio à sociedade para que o governo se sensibilize e garanta o nosso direito. A gente poderia estar nesse momento prendendo as nossas energias para discutir como melhorar a educação, porque essa parte salarial já poderia ser resolvida se o governo tivesse a vontade de fazer - como o prefeito de Aracaju que não paga desde 2009, portanto, a gente vai ao Palácio porque é lá que vamos dar o recado ao governo”, disse.

Todas as escolas estaduais e municipais de Sergipe estão paralisadas. Questionado se os alunos estão sendo prejudicados com tantas paralisações, Roberto afirma que os professores estão sendo orientados para discutir essas questões na sala de aula e com os pais de alunos, tendo por parte destes muita compreensão.

Concurso público

Comentando a anulação do concurso público da rede estadual, pelo Ministério Público Estadual (MPE), o professor Roberto diz que a decisão foi acertada.  “O promotor Luis Fausto que assinou a ação pedindo a anulação do concurso foi muito feliz. Nós tínhamos a compreensão de que o Estado de fato estava cometendo ilegalidade. Já havíamos discutido com a Secretaria de Planejamento e o governo não quis corrigir. Quando procuramos o MPE foi exatamente porque a negociação não tinha mais para onde ir”, resume.

Segundo o Sintese, no Edital do concurso constam irregularidades como a falta de mencionar professor quilombola, indígena, professor de música, ensino profissionalizante e a questão da redação que o Estado colocou como eliminatória, mas tem que ser classificatória. Uma audiência sobre o Edital foi marcada no MPE para segunda-feira, 19, às 9h, com a participação do secretário da Educação.