“Governo quer fazer caixa para eleições", diz Sintese
Cotidiano 28/05/2012 17h15 |Por Adriana Meneses
Após a desocupação do prédio da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag), na manhã desta segunda-feira (28), os professores da rede estadual de ensino, filiados ao Sindicato dos Professores do Estado de Sergipe (Sintese), em greve há 41 dias, realizaram na tarde de hoje, no auditório do Cotinguiba Esporte Clube, mais uma assembleia para debater os rumos da paralisação e organizar a agenda de manifestações para esta semana.
De acordo com o diretor de base estadual do Sintese, professor Roberto Silva, a paralisação dos professores vem tomando grandes proporções em virtude do que ele chama de "falta de bom senso do governo do Estado", que nega ter receita para pagar o reajuste salarial dos professores. "Discordamos dessa formulação de que o governo não tem dinheiro, os dados financeiros do Estado vêm mostrado um crescimento interessante nas receitas, que chega em torno de 19%, portanto há sim condições do governo do Estado garantir uma revisão salarial”, afirma.
Ainda de acordo com Roberto Silva, o governo estaria negando esse reajuste para guardar recursos a serem utilizados próximos ao pleito eleitoral de 2014 e como garantia de um cargo no Senado. “Provavelmente o governo não dará o reajuste esse ano nem aos professores nem a servidor nenhum, não terá revisão em 2013, e provavelmente só terá em 2014. Aí fica claro para nós que o governo do Estado está querendo fazer caixa para a campanha eleitoral de 2014, ou seja, para fazer obras, e dar uma revisãozinha salarial para os servidores no intuíto de (Déda) se eleger senador”, afirmou
Reposição de aulas
Questionado sofre a situação dos 200 mil alunos que estão fora das salas de aulas em virtude
da greve dos professores, Roberto Silva disse que esse é um fato preocupante, mas que só depende do governador Marcelo Déda para que a paralisação seja interrompida. Segundo ele, os alunos terão todas as aulas repostas. “Estamos dialogando com alunos e pais, vamos fazer debates com todos e mostrar que todas as aulas serão repostas, pois temos o dever legal de repor todas as aulas, e todos os alunos terão com certeza os seus 200 dias letivos e 800 h/aula.
Para o professor e sindicalista, a preocupação dos pais e alunos é justa. "Como pai de aluno que também estuda em uma escola pública do Estado, me preocupa por ser um tempo muito longo de greve, mas a culpa é do governador Marcelo Déda, e só ele pode acabar com tal situação”.

