O episódio registrado ontem por F5 News, em que uma comissária de bordo foi agredida por dois rapazes, que a confundiram com um travesti, atesta que Aracaju entrou para o circuito da barbárie promovida pela soma de preconceito, violência e impunidade (clique aqui para ver a reportagem).

É preciso investigação rigorosa quanto ao ocorrido, sobretudo tendo em vista a informação da vítima, de que os agressores se disseram filhos de autoridades e, portanto, já sentiam-se livres de pagar pelo que fizeram.

Sem apuração e punição exemplares, Aracaju corre o risco de tornar-se também terreno fértil para comportamentos vis perpetrados por jovens em cuja educação os pais não incluíram valores básicos ou, se o fizeram, não de modo a imprimir neles a dose mínima de civilidade.

Mais torpe ainda revela-se a tentativa usual dos mentores de tais atos em justificá-los argumentando que se voltavam a índios, prostitutas ou travestis, para citar grupos de excluídos com membros atacados em casos a receberem ampla ressonância da mídia nos últimos tempos. Violência não pode ser tolerada e, no caso da agressão à comissária, a justiça talvez tenha a oportunidade de se mostrar, de fato, cega.